segunda-feira, 29 de junho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN

VIVENDO NA FAZENDA

Capítulo 0004

Denominar a propriedade dos Dhaller de Cordeiro era um exagero. Eram apenas dez hectares de terra, incluindo aí as partes mais altas, aonde só era possível manter um pouco de floresta nativa para que não faltasse lenha para o fogão. A água, vinha de um poço a trinta metros da casa, para evitar qualquer problema. Se faltasse, havia sempre a cooperação dos vizinhos. Mantinham cerca de dez chiqueiros, cinco vacas leiteiras e plantavam algum milho e muitas "verduras" nas hortas. Viviam da venda dos mesmos e na mesa deles sempre havia o suficiente para o consumo da família. Era uma luta diária: colher, adubar, tirar leite, colocar no vasilhame, levar para a feira ou vendê-lo para os maiores proprietários. Ao final, era tudo revendido para lugares maiores e bem mais distantes.
Ora, quem se "cria" em um ambiente assim, estará automáticamente condicionado para a sua vida de poucas opções. Mas os grandes mestres da moderna psicologia de auto-ajuda sabem e recomendam que a maneira mais correta de evolução pessoal é pensar positivo. É coerente afirmar-se que os "bons fluidos"emanados de uma pessoa atraem fatos e coisas boas para o seu dia-a-dia e também para quem dela se acerca.
Para aquela jovem do interior, que não possuía a menor noção sobre filosofia de vida, que vivia de uma maneira simples e lutadora em uma fazendola, mas que praticava ao natural um espírito positivista, o futuro promissor haveria de vir de forma inesperada. Isto é tudo que alguém pode desejar e certamente acontecerá, se o buscou mentalmente durante o tempo todo, de maneira natural ou programada.

Depois eu volto.

sábado, 27 de junho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN

Capítulo 0003

DE ONDE VIM E PARA ONDE VOU?

O nosso destino é praticamente traçado desde o nosso nascimento. Isto naturalmente em linhas gerais. Nós poderemos mudá-lo, parcialmente, se houver por parte de nós um pouco de força de vontade. Tudo bem. Não afirmei nada de mais.
Pois bem. Aqui nós estamos contando um conto, uma história.
Hoje, depois de tudo que sucedeu, é bem mais fácil analisar o porquê dos fatos.
Quando se comenta a História, seja por épocas curtas ou longas, a vida de cada um dos que se destacaram nas ciência as mais variadas, fica fácil comentar e mudar o rumo dos acontecimentos. Como nunca se viveu o o dia-a-dia, é prático e fácil analisar: se fulano tivesse agido assim assado, tudo teria sido diferente, se determinado chefe de estado não houvesse participado da guerra, o mundo seria bem diferente, etc. etc. etc. Muito fácil depois que tudo aconteceu.
Voltemos aos detalhes da vida de Ehlisiann.
Nascida e criada em Recanto das Almas, um lugar "esquecido do mundo", jamis poderia esperar no futuro de sua vida grandes promessas. O destino a colocara "contra a parede", pois servia de amparo para seus pais e irmãos e a "luta pela sobrevivência"fazia parte de uma rotina inadiável e insubstituível como meio de "ganhar dignamente a vida".
Vivia e se comportava na vida "dançando conforme a música". Era uma rotina de lidas bastante trabalhosas? Era. Ela era de importância primordial para a sua família? Era. Poderia pensar que um dia qualquer, em um futuro lá longe, seu jeito de ver as coisas seria importante para isso? Sim e não. A vida era assim mesmo, muitas iguais a ela confirmavam isso, e fim de papo.
Mas pelo sim, pelo não, ela era como um esteio e esperança para toda a família. Sendo a primogênita, seus irmãos dependiam do que diretamente ela fizesse ou de suas atitudes. Não podia se dar ao luxo de errar. Tudo isto a colocava em uma situação ambígua: ou seguia o seu próprio destino ou destinava boa parte do seu tempo para que os seus almejassem uma melhor condição mais a frente.
De outro modo, o seu intelecto era a sua válvula de escape. Haveria de encontrar uma solução que agradasse a todos, significando para ela que na vastidão do mundo seu lugar estava reservado e seria dos melhores. O fato de sempre querer o melhor para si em conjunto para com os seus, era como uma construção contínua de uma aura bastante positiva.



Depois eu volto.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN

O DESTINO DE EHLISIANN

Capítulo 0002

Na verdade, a função de ser criativo é parte da capacidade humana e é nobilíssima. Pode nos tornar, ao menos internamente, livres e felizes. Mesmo que ao nosso derredor o mundo insista em seu rumo incerto e complicado.
Ehlisiann era uma pessoa assim. Sempre pensava e meditava como num conjunto. Esta atitude tornara-se para ela ao longo de poucos anos uma filosofia de vida. Gente como ela, que podia pedir ajuda dentro de si para as questões de sua vida, sendo complexas ou não, tem capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, o tangível e o impossível e principalmente entre o alcançável e o seu próprio futuro.
Então estava ela ali parada, com o seu olhar divagando e a mente viajando. Seus pensamentos eram por demais abrangentes e longíquos. Indagava-se sobre a simplicidade de sua vida. Sem dúvida existiria um mundo multicolorido e bem mais complicado longe de seu vilarejo: a fértil natureza humana certamente havia se encarregado de construir e distribuir fatos e coisas completamente alheias a sua minúscula realidade.
O mundo exterior era imenso. Ela sabia. Grandes cidades em um movimento intenso. Obras grandiosas, vida que fervilhava ininterruptamente. Ela havia visto e lido em algumas revistas grande série de fatos, com muitas fotos de todos aqueles acontecimentos e muitas outras coisas que considerava como extraordinárias: os grandes feitos dos generais, atletas, pintores, escritores, escultores, governantes, etc... Enfim, tinha uma boa noção acerca das grandes obras de engenharia humana e da natureza profícua do universo. Sabia ela da existência de muitos, milhares de outros lugares: nações, costumes, mares, montanhas. A imaginação de Ehlisiann era fertilíssima.

Depois eu volto.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN



UMA HISTÓRIA QUASE REAL


Eu vou contar uma história que pode ser comparada com muitas outras. Em verdade todas as histórias se assemelham. Penso que a minha tem a ver com a realidade catarinense, no mínimo. Não é necessáriamente alegre ou triste ou então profundamente reflexiva. Mas qualquer conto atinge pelo menos algum de nós quando tratar dos detalhes da vida cotidiana, não há dúvida.
As pessoas comuns possuem no conjunto uma vida semelhante. Mas é claro que os grandes escritores e poetas e a poderosa mídia moderna explora o inverossímel. A intenção é nos fazer sonhar, confundir, iludir, distorcendo ou exagerando em verdades ou mesmo inventando quimeras. Vou contar um conto, uma estória.
Uma história tem fundamento mas uma estória pode ter ou não. Fazer sonhar não é proibido e é também recomendado, inclusive. Se quem escreve consegue com que o leitor se identifique com algum personagem já cumpriu a primeira meta; se conseguir com que esta meta seja de coisas úteis e e de formação de caráter digno para apenas uma só pessoa, muito bem; se os exemplos citados atinjam muita gente, ótimo; se o governo se interessa, se os acadêmicos lhe confiram premios literários, direi que as palavras não foram vão e elas entrarão para a história. . Assim aconteceu durante todo o caminho de nossa humanidade. Seja descrevendo os grandes feitos ou mesmo descrevendo quimeras e fatos comuns, os escritores, narradores e poetas apenas se sobressaíram quando enalteceram as virtudes. Sejam elas de grandes homens ou de pessoas do povo. É mais ou menos a finalidade deste conto.




UM LUGAR DE PAZ


Capítulo 0001

Era um final de tarde bastante comum. O inverno já iniciava para a pequena Recanto Bonito. Repetia-se um dia que era normal para aquela época do ano: já já a temperatura do ar amenizava, o sol iria embora mais cedo e até uma certa melancolia pairava no ar. Em verdade, esta melancolia era como um acompanhante deste final de tarde. Por sobre as árvores que ainda restavam no quintal da casa dos pais de Ehlisiann era possível vislumbrar um mar de quietude e bem-estar, nada que chamasse a atenção de quem quer que fosse.
Estava tudo bem, como sempre.
Nós sabemos que a natureza sempre é modificada quando existe uma grande aglomeração humana e urbana. E esta situação se repete desde os tempos imemoriais. Não estou aqui de forma alguma criticando a postura do homem em relação à natureza. É e sempre será assim. Mas nós humanos, jamais deixaremos de ser eternos amantes do que é natural e simples. Está no sangue, diríamos.
O dia-a-dia tranquilo de Recanto Bonito, própria de tantas localidades do interior, representava sempre uma fonte de inspiração, esta que faz a mente viajar para onde quer que alguém queira, sem impedimentos externos que mascarem o seu pensamento. Estes fatos banais caem na medida para as pessoas mais simples.
Mas nossos pensamentos são o que nos pode transformar em individualidades. Qualquer um que os tenha mais profundos e criativos e que estejam acima daquels acima das pessoas "normais", sempre estará divagando para bem longe do cotidiano e colocando seu espírito em um patamar elevado. Vou contar a história de uma pessoa assim.

Depois eu volto.