quarta-feira, 8 de julho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN

UM ENCONTRO CASUAL



Capítulo 0005



Por aquelas bandas realizar uma viagem era difícil e caro. Dinheiro, havia pouco. As distâncias eram longas e na verdades longas demais para os padrões daquelas pessoas simples. Os meios de transporte eram inadequados.

Mas nada disso impedia que Ehlisiann pensasse que um dia, talvez, pudesse "sair de casa". Para ela, seus pensamentos estavam prestes a se tornarem realidade. Para alguém que estava sempre à frente de seu lugar, ainda não sabia que os acontecimentos a ajudariam neste afã. Um dia iria acontecer, e aconteceu.

- Ehlisiann, vem cá, chamou a mãe!

- A senhora Lannelva Dhaller, a dona Lane, chamou a filha mais uma vez naquele dia. Sabia do bom comportamento da filha e do pronto atendimento. Para uma pessoa nascida e criada naquele pequeno mundo, ter uma filha obediente era o normal. Os pais, em sua maioria, punham a "mão no fogo" pelos filhos. E assim era com Ehlisiann. Namorado para ela, bem, dona Lane achava que ainda não estava na hora, apesar de seus dezenove anos. De qualquer maneira, Ehlisiann cumpria as tarefas diárias com satisfação e ajuda sobremaneira na manutencão da propriedade e na educação dos irmãos menores.

- Já vou, mãe!, respondeu ela. Falou em voz baixa, e seu pronto atendimento era uma marca registrada. Chegou rápido, entrando na cozinha pela porta dos fundos, e adentrou a sala.

Sentou e falou: pois é mãe, vamos ter que arrumar mais água para os canteiros. Está ficando difícil deixar tudo verdinho. Alguma coisa prá mim?

- Minha menina (dona Lane gostava de chamá-la assim, achava que ela era ainda uma menina), hoje é um dia diferente. Estamos recebendo a visita de um moço, que veio nos mostrar novidades da cidade. Como tu és muito prendada, pode escolher uma roupa bonita para ti.

O que dona Lane queria dizer com isto é que o seu presente para a filha seria dado de bom gosto, dentro de suas poucas possibilidades.

Foi só então que Ehlisiann o percebeu. Estava sentado em uma cadeira junto à mesa um moço um pouco diferente daqueles que ela conhecia. Já havia percebido de antemão que era um moço da cidade: pela postura, cabelo bem cortado, mãos finas. Era um vendedor.

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