quinta-feira, 9 de julho de 2009

O DESTINO DE EHLISIANN

ALGUÉM DIFERENTE

Capítulo 0006

Dá para imaginar o que se passa em uma moça do interior ao entrar em contato com um estranho, ainda mais sendo "da cidade". É claro que o nervosismo vem em primeiro lugar e a seguir a curiosidade. Ehlisiann era acima de tudo uma garota "esperta".
- Como você se chama?, perguntou ele. Era uma abordagem rápida, de maneira direta, ignorando momentaneamente a presença de dona Lane, que poderia ter causado um "frisson"em outra pessoa que não fosse Ehlisiann. Acontece que até parecia ter ela se preparado há tempos para um encontro assim.
- Ehlisiann, respondeu, sem tirar os olhos do rapaz.
Não era ainda propriamente um diálogo. Mas da maneira informal como estava sendo, sem apresentações, poderia ser o prenúncio de algo diferente.
- A moça não quer escolher um perfume? Talvez um presente para alguém mais conhecido? Estou em sua casa para alegria da família. Podemos fazer um crediário, um preço justo. A nossa empresa gosta de atender todos da maneira mais correta possível, podem crer.
O moço ao falar comportava-se de maneira cordial, sem agredir ou oferecer com muidto empenho seus produtos: roupas, perfumes, bijuterias, porta-retratos, brindes os mais variados, etc. Era com se a profissão dele fosse apenas temporária e ele estivesse invadindo o dia-a-dia das pessoas. Dirigia-se a ela sem baixar os olhos, como uma maneira de dizer que estava sentindo-se em companhia agradável naquele ambiente. E foi assim que ele contou um pouco de sua história: porque se tornara um vendedor, sua esperança na evolução da empresa, o gosto que tinha por coisas do interior. Era como se afirmasse: estou apresentado.
Ehlisiann ouviu aquilo interessada. Afinal, era uma ocasião rara de escutar alguém de idéias nova, de um lugar mais distante e progressista.
Depois que ele terminou seu colóquio, ela pediu licença e escolheu coisas simples para comprar: uma blusa, dois porta-retratos, e um jogo de louças. Não mais que isso ela necessitava para o seu cotidiano. Dizendo bom dia, alegou que possuía tarefas para fazer naquela manhã, retirou-se não sem antes olhar com atenção para o estranho.


Depois eu volto.

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