quarta-feira, 6 de maio de 2009

A má (péssima) distribuição de renda ou O (mau) serviço da imprensa (Parte III)

e) O direito à igualdade

Mas retornemos ao direito à igualdade. Onde está a grande falha, que conduz multidões a trabalharem sem maiores perspectiva ou muita esperança?
O que acontece em verdade é que a multidão assimila uma conformidade geral. Como se tudo caminhasse às mil maravilhas. Tenho uma grande certeza: a grande vilã do momento, para a realidade brasileira, é a nefasta distribuição de renda. É óbvio, "tá na cara": se todos (ou pelo menos a maior parcela da população) possuírem condições de transporte adequados, atendimento à saúde e acesso a boa educação, no mínimo o governo terá atenuado estes encargos. O noticiário radiofônico e televisivo será totalmente diferente.
Se compararmos a distribuição de renda de nosso país com outros, veremos que nossa situação é de topo da tabela, no sentido negativo. Não que não tenhamos uma boa renda per capita. Mas... Ministros, deputados, senadores, magistrados, etc... recebem como salário do erário público quantias que ultrapassam 60 (sessenta) vezes ou mais, se comparadas com aquelas de um trabalhador comum. Os grandes empresários, executivos e banqueiros estão em um patamar salarial comparável ou maior do que os pagos nos países ricos. Muitas vezes esta situação não é por mérito próprio. Resumindo: há poucos ganhando "horrores" à custa do governo e muitos apenas sobrevivendo. É necessária a adoção de medidas constantes contra os problemas já citados. Não há fórmula mágica que possa minorar o sofrimento de todos nos itens já relacionados: transporte, educação, saúde, segurança pública. A solução deve ser implantada paulatinamente.
f) O imposto grande demais e mal direcionado
O governo (federal) atualmente usa de um subterfúgio que minora parcialmente sofrimento daqueles pobres demais. É o sistema de bolsas: família, educação, vale emprego, vale gás, escola, cesta básica, vale transporte, etc. Mas este tipo de ajuda, modelo "estou dando o peixer e não ensinando a pescar", cria com certeza um descompasso perigoso, quando se tenta somar o desenvolvimento social ao material. Anotemos:
1) As pessoas acostumam-se a enxergar o estado como uma entidade benevolente, que tudo pode dar sem exigir qualquer coisa em troca, o que já uma idéia arraigada na população;
2) Os beneficiados são levados a um estágio letárgico e improdutivo;
3) O estada necessita dispor continuamente de um grande dispêndio financeiro;
4) Geralmente se faz necessário mais um acréscimo na taxa de imposto, estes que estão "sangrando" ao máximo a população economicamente ativa.
Isto é, o aumento da carga tributária torna-se então um vilão bem maior. Acontece que ele, o governo, pode estar aí matando a galinha dos ovos de ouro. Não é diminuindo a capacidade de investir do pequeno, médio e grande empresário, de alguns executivos e também daqueles que, por circunstâncias várias, amealharam algum dinheiro, que o governo vai fazer a distribuição de renda. É necessário criar mecanismos conjunturais, fiscais, econômicos e estruturais os quais permitam que muito mais pessoas, principalmente as de poucA ou de nenhuma renda, ingressem no mercado da produção. O mercado de trabalho será consequência.
Volto depois.

2 comentários:

  1. O marginal e o Grande Rio

    Um grande rio para ser perigoso, ter condições de afogar pessoas, naufragar barcos, tem que ter um grande volume de água. Também e necessário ter grande profundidade, enfim tem que ser um grande rio.
    Para ter estas qualidades ele depende de seus afluentes. Onde o rio nasce, ele é calmo tranqüilo, não causa nenhum mal para as pessoas que vivem as suas margens. Suas águas são rasas, é apenas um simples riacho, nesta fase ninguém precisa temê-lo. Para este pequeno curso de água se transformar e ficar perigoso depende do caminho que ele percorre e do volume das águas dos seus afluentes.
    Vamos usar como referencia o nosso rio amazonas. Ele nasce no peru, tem uma extensão de seis mil duzentos e setenta e cinco quilômetros, o que o faz ser tão volumoso são seus afluentes. Na margem direita: Javari, Juruá, Tefé, Coari, Purus e Madeira e pela margem esquerda: Içá, Japurá, Negro, Jamundá, Trombeta, Paru e Jarí.
    O marginal também para ser perigoso, matar, roubar, estuprar, enfim, causar problemas á sociedade, depende dos seus influentes. Quando ele nasce, não faz mal a ninguém, só causa alegria para as pessoas que o cercam, neste momento é apenas um inocente bebezinho. Para torna-se perigoso, este ser, depende do caminho que percorre e também dos seus, repetindo, influentes. Do lado direito: o ambiente paupérrimo, a péssima alimentação, a falta de uma boa estrutura familiar, a negligência do governo em proporcionar uma educação escolar adequada, a falta de oportunidade de um emprego e a ausência de saúde publica decente. Do lado esquerdo, drogas, prostituição, corrupção policial, a morosidade da justiça, o péssimo sistema prisional, as quadrilhas de receptação, os traficantes de drogas, a corrupção dos políticos e a péssima estrutura do estado. Tudo
    isso no caminho daquela inocente criança, fará com que ela se transforme em perigoso marginal, mas na verdade ele é o fruto da influência de tudo isso que foi mencionado.
    Se percorrermos um caminho todo asfaltado e bem cuidado, chegaremos ao fim da viagem limpos. Se percorrermos um caminho cheio de lama, chegaremos ao fim da viagem todos sujos e enlameados. Para melhorar a viagem temos que melhorar o caminho, se o melhorarmos, teremos uma viagem mais tranqüila e mais feliz.
    Nossa vida na terra é como uma viagem, sendo assim quem nasce em berço de ouro leva uma grande vantagem em relação a quem nasce em uma favela, por exemplo; no primeiro caso o viajante tem um ótimo pré-natal, um excelente parto, uma infância privilegiada, com ótima alimentação com todos os cuidados médicos, uma adolescência cheia de vantagens com ótimas escolas até sua formatura. Continua.

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  2. O marginal e o grande rio, continuação.

    Quem nasce na favela, favela, eu digo servindo apenas como exemplo, porque isso pode acontecer em qualquer lar com pobreza absoluta, este viajante infeliz, pobre e descamisado como dizia o malfadado ex-presidente Collor de Mello. Este coitado, vitima deste sistema perverso, terá um pré-natal nas filas do I.N.P.S., terá um parto feito às vezes com muita ma vontade, por funcionários que ganham pouco, em muitos casos nem merecem ganhar mais por falta de capacidade. Em seguida terá uma infância com má alimentação, causando com isso distúrbios em seu desenvolvimento físico e mental. Sua adolescência será marcada por um ensino precário, medíocre e enganador, estudo que não lhe dará nenhuma chance de disputa para ingressar em uma faculdade publica, enfim observem a dificuldade deste pobre viajante. Por isso baterei sempre nesta tecla, marginal não nasce marginal, marginal é fruto desta sociedade podre, podre por dentro porque aparentemente parece justa e maravilhosa, mas a verdade e bem outra, isso ninguém pode contestar e nem dizer que esta tudo bem e que nosso país e maravilhoso.
    Aproveito esta crônica para fazer menção a um artigo publicado na revista, viver psicologia, onde há um artigo escrito pela psicóloga, Mara Martins Passos, artigo este o qual diz, “a sociedade como um todo, julga que quem esta nas penitenciárias, está lá porque é intrinsecamente “mau”. Fez algo muito errado. E que quem esta aqui fora são os “bonzinhos”. A priori, as coisas são vistas assim. Mas nós sabemos que não é assim de modo algum, que as coisas ocorrem. De uma maneira simplista pode-se deduzir que os bons, estão fora das cadeias e os maus estão dentro delas” “isso tudo é uma grande mentira” Na verdade existem mais bandidos fora das cadeias do que dentro delas, é só computar todos os políticos corruptos, os policiais corruptos e muitos outros tipos de desonestidade que é inerente a todos nós seres humanos.

    Esta crônica foi extraída do livro, Crônicas, indagações e teorias. Autor Paulo Luiz Mendonça. Editora Scortecci.
    http://pauloluizmendonca.judblog.com

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